sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fendas!



Porque só penso em palavras bonitas quando estou sem rumo e meu eu esta despedaçado?
Limito-me a escrever quando a felicidade irradia meu ser.
Somente quando a decepção atravessa minha alma e me transporta para um lugar onde a agonia se manifesta que minha mente mergulha no profundo do meu coração e esse como um vulcão espalha suas lavas, assim o único remédio é colocar no papel o que o meu coração por si só não consegue transmitir.
Porque mesmo imerso neste mundo onde a única cor que prevalece é o cinza, ainda assim conseguimos mergulhar na ilusão e vivenciar momentos mais amenos?
Embora meu coração tenha muitos moradores, existe dentro dele um vazio, um vazio que foi preenchido com a sua chegada, mas se intensificou com a sua partida,
um vácuo profundo...
“um eu desconhecido”.
Entre as paredes do meu ser existem fendas onde muito raramente (essas) deixam a luz penetrar, nesses momentos a esperança toma conta de mim, mas isso é só uma questão de tempo pra escuridão voltar a prevalecer. Essas fendas são conseqüências das feridas que permanecem dentro de mim sem forças pra cicatrizarem. Fendas que me fazem caminhar por estradas que deveria esquecer que já existiram. Fendas que me fazem visitar o nada que existe nessa pessoa que outrora era tudo pra mim.
É péssimo saber que tudo que era gracioso vai se evaporando e sobrando apenas o vácuo dentro do meu eu, embora sinta toda essa dor que massacra meu peito, mesmo assim ainda prefiro amar.
Não amando fecho o coração para a ilusão, é como se todos os dias ao levantar eu me deparasse com nuvens carregadas, é abrir mão dos sonhos, de ser feliz...
Existem sentimentos que não conseguimos apagá-los, são como fantasmas que temos de aceitar a convivência, mas passado um tempo, esse se torna parte do teu ser e não mais conseguimos viver sem eles, não podemos vê-los, mas nosso coração anuncia sempre sua presença.